sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Domingos de Oliveira o verbo de encher

Casa Comum, 31 de Maio de 1930


O tempo passa célere minha cara amiga Severa e já passaram 4 anos, desde o fim da república, consignado no golpe militar conduzido por Gomes da Costa, a "Revolução Nacional" como lhe chamam, os apaniguados da ditadura e lá foram os militares "generalados" ao beija mão a Salazar, numa sessão realizada na sala do Risco do Arsenal do Alfeite da Marinha, em Lisboa.

O Domingos de Oliveira a fingir de presidente do governo, chamou a atenção, para a necessidade de preparação da "nova ordem constitucional coma organização política civíl, que possa manter e continuar a obra da Ditadura, garantir a normalidade da vida pública concorrer decisivamente pata o fortalecimento e felicidade da Pátria".

A normalidade da vida pública, disse o chefe do governo, que como sabemos se assegura prendendo e deportando as vozes que se levantam em oposição como a de Cunha Leal, que depois duma estadia no Aljube, foi transferido para Ponta Delgada.

Essa é a normalidade da Ditadura, pois como você sabe também estão presos João Soares, Moura Pinto, Tavares de Carvalho, Carneiro Franco e Raúl Madeira.

Aliás pouca importância teve o discurso de Domingos Oliveira, a palavra do ministro das Finanças e das Colónias é que era aguardada, determinando de novo quem era o verdadeiro estratega do regime.

A palavra de ordem central de Salazar, centrou-se no Acto Colonial que foi publicado no passado dia 8. de acordo com a lógica da ideologia imperial de Portugal enquanto potência colonizadora.

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